terça-feira, 2 de novembro de 2010

Capítulo IV de "A espera também cansa"


Sinceramente já me afectei muito mais pela tua ausência, o que é certo é que desde há uns dias para cá tenho vindo a eliminar-te da minha memória, e apenas guardado as coisas que são boas de guardar e que realmente valem a pena relembrar.
Numa manhã acordei e senti necessidade de dizer para mim mesma “já te esqueci, quem sabe se daqui a um bom tempo, na altura em que eu quiser… “ neste momento apenas ele te consegue pôr para longe de mim, que indirectamente me protege e me faz tão bem ao mesmo tempo.
Depois de ti, podes não acreditar, mas com pouca ou com nenhuma gente estive, simplesmente sentia-te tão presente que não conseguia dar um passo sem pensar em ti ou no que poderias pensar; agora depois de o ter conhecido, posso dizer-te que é ele que me faz vibrar novamente, quando o olho e que me esboça aquele derretido sorriso, eu tremo, é inevitável não o fazer, quando estamos juntos não sei o que fazer e muito menos o que tenho de dizer para quebrar o gelo que ali se instala, fico sem reacção que me começo a rir… Já começo a sentir por ele aquele medo, aquele ciúme que se tem quando muitas das vezes me vejo afectada ou ameaçada por outra rapariga.
Hoje estava de chuva, muita chuva mesmo, tremelicava por todos os lados, de mal agasalhada que estava assim que cheguei à escola; entrei e só depois reparei que ele sempre tivera vindo à minha frente até ali, entrei na sala e sentei-me na carteira junto da janela e apenas conseguia dar atenção à chuva que se passava do lado de fora, o som e o cheiro dela são definitivamente interessantes e talvez se tivessem tornado mais por não conseguir tirá-lo do meu pensamento. Fixei um ponto e reparei que como é de acordo com a estação, a folhas das árvores já estavam douradas, e que muitas delas até já despidas estavam, reparei no pátio que parecia ter-se multiplicado em função dos alunos que estavam na escola, parecia completamente desertificada, chamaram-me várias vezes e quiseram acordar-me do que estava a fazer, mas fingi que nem sequer ouvi, apenas queria sair daquela aula e ir ao teu encontro, ir à tua procura e permanecermos intactos pelo tempo e logo que tocou, assim o fiz, procurei-te por toda a escola, fui aos sítios mais óbvios onde te poderia encontrar e toda molhada, cheia de frio e a tremer, abracei-me à tua cintura, contigo virado de costas para mim. Não foi preciso muito tempo, puxaste-me dali para fora e levaste-me, na parte de trás estava tudo completamente deserto, parecia que não fazia parte das instalações da escola e que era um sítio desconhecido pela grande parte da gente, e ele sempre com um olhar muito sério, a ver o meu queixo a bater de tanto frio que tinha, abriu o casaco e abraçou-me, beijou-me como se fosse para me aquecer, e aí formaram-se os trovões, e que sinceramente não me agradam. Ao sentir o meu coração a bater ainda mais depressa do que o que estava perguntou-me “tens medo?” e numa reposta muito simples lhe disse “agora apenas me assustei, mas medo tenho muitos e o maior é o de te perder”

5 comentários:

  1. ADOREI, quéu. está lindo*
    lyou.
    Mariana Agapito.

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  2. Muito profundo quélinhas,mesmo bue ahahah (: Forever by your side ! <3

    Amigao, Gomes

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  3. Obrigada mary linda (L)
    Joãozinho, obrigada, por tudo, tudo mesmo és das melhores pessoas que alguma vez já conheci, e das melhores que tenho comigo @

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  4. Está lindo, está completamente perfeito. Sabes bem, sempre aqui. Amo-te meu bem

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  5. cada vez escreves melhor , já te tinha dito. está espectacular @

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