sábado, 6 de novembro de 2010

Capítulo V de " A espera também cansa "


As olheiras não conseguem esconder o que sinto, ultimamente têm sido discussões atrás de discussões e eu já não estava habituada a isso desde que te conheci, conseguis-te fazer com que me esquecesse do que me atormentava, do que me fazia mal, mas depois da conquista, ficámos na corda bamba, e eu acabei por cair… Andei iludida e entusiasmando-me até demais com algo que, mais tarde, se veio a revelar como apenas mais uma tentativa falhada.
Nunca quis ser vítima de história alguma e arrependo-me muito pouco, ou quase nada dos meus actos, não recuando com a minha palavra atrás; mas por mais que me esforce, por mais que queira, não consigo convencer-me de que as tuas atitudes não me afectam, de que as tuas relações não me dizem rigorosamente nada e que o teu sorriso me é indiferente, porque a realidade é contraditória à mentalidade de que me quero interiorizar. Sempre que te sinto por perto, o ar que respiro torna-se mais denso, o meu batimento cardíaco triplica e as minhas mãos começam a tremer, tornando-se inevitável, incontrolável, imprevisível… Não é defeito, é feitio, e cada vez mais se está a tornar numa relação física, porém não meramente, porque sabes, num espaço de tempo tão curto foste sabendo como suscitar o meu interesse com essas tuas picardias, do jeito que apenas tu sabes fazer, com esses nomes e com a relação do “quanto mais me bates mais eu gosto de ti”, fui-me abstraindo do passado acabando mesmo por esquecer o ultimo ano e meio que passou, e tenho a agradecer isso, sobretudo isso.
Assim que sinto o teu cheiro a pairar no ar, os sintomas reaparecem novamente e em consequência vêm o excesso de felicidade, as gargalhadas incontroláveis e desmultiplicadas, e as palavras soltas que por si só não fazem sentido, não formando uma única frase de jeito com nexo.
No entanto nem tudo tem sido épico, nesta semana tens-te tornado tão imprevisível quanto o tempo, causaste-me dias de chuva e outros dias de um sol intenso, causaste-me calafrios e os maiores arrepios, cheguei a ser dócil mas também soube ser fria mas o tempo não se anuncia, não diz quantas horas, dias, meses ou anos poderá permanecer connosco (comigo neste caso concreto), se vai ser constante ou se vai aumentando gradualmente...
Tivera sido a nossa primeira discussão, nunca sentira tanta insegurança em relação a ti. Seria eu? Seria eu que não tivesse sido perfeita, ou estaria eu a ser (mais uma vez), responsável demais para ti... ?
Nunca estive tão chateada que quando isso acabou mesmo por acontecer, aconteceu da pior maneira, e soube exactamente como fazer para me afectar. Não digo que tivesse querido com que nos chateássemos, mas simplesmente não mediu as consequências, e foi aí, prestes a cair no abismo, que me apercebi o quanto gosto dele, neste espaço de tempo tão curto...
De há uns tempos para cá, tornou-se diferente, inconstante, não sabendo com o que contar, porém, quis basear-me no positivismo e que iria mesmo correr tudo bem, mas não, como sempre, maravilhei-me com aquilo que se veio a revelar a não ser tão maravilhoso assim (mas da qual continuava a gostar) e levei com um enorme choque quando o encostei à parede e abri o jogo.
O meu mundo parou, a minha vida deixou de ter forma e começou por se ir desencaminhando aos poucos e poucos, tudo o que antes me tinha dito não dava para ser encaixado na realidade que me apresentava agora naquele exacto momento, fazendo com que fosse o que me causou mais dúvidas, acabando por ser o enorme ponto de interrogação que vejo à minha frente sempre que tento procurar uma justificação...

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