sábado, 28 de agosto de 2010

Qual a razão ?

Deito-me na cama rendida ao cansaço e dou por mim a vaguear pelo pensamento, perdida mais uma vez, e a recapitular a noite que vivera.
"Tivera sido uma das noites mais animadas de sempre, nunca me tinha divertido daquela forma até à data. Na presença da melhor companhia, ri-me compulsivamente, ri-me tanto e tão alto que afugentei todos os tormentos que pairavam sobe a minha cabeça e todos os maus sentimentos que se moldavam e agarravam ao meu coração como que de ventosas se tratassem ( sendo difíceis de se largarem e sugando o ar existente; neste meu caso, agarravam-se a mim e por mais que os afastasse acabavam sempre por voltar, abs
orvendo o meu ar e não me deixando respirar sempre que precisava de inspirar bem fundo, acabando sempre por me matar parte de mim segundo após segundo)
Na companhia das melhores pessoas, enfrentei os meus medos e joguei-os para o abismo, para que nunca mais voltem para junto de mim, para que não ganhem mais asas e regressem, como sempre fazem; Com o encorajamento dos melhores amigos vou conseguir esquecer-te e seguir em frente, é apenas um capítulo por concluir da longa história da minha vida, que ainda agora nem vai a meio; mas vou conseguir dar-lhe um final ! Acho eu ... "
Interrompi o meu pensamento com um bocejo bem longo, e fechei os olhos para tentar adormecer, mas quando menos estava à espera apareceu nesse meu vago sonho, um vulto muito rápido, o qual não consegui distinguir e que me deixa intrigada por saber quem é. Este aparece novamente , só que desta nova vez passa pelos meus sonhos mais lentamente, deixando um rasto de saudade que perdura durante imenso tempo para ser de um mero desconhecido.
E é através dessa maldita saudade ( necessidade de reaver algo que não está mais connosco), que o consigo identificar e foi aí, nesse mesmo instante que soube que eras tu, quem entrava no meu pensamento e que me cativava a atenção, prendendo-me a isso mesmo, aos pensamentos.. Tanto soube que eras tu que, quando acordei sobressaltada, reparei que me caíam lágrimas pela minha face, traçando o seu longo e salgado caminho.
Mas mais uma vez me pergunto a mim mesma.. Será que o meu inconsciente te conhece, será que faz com que o meu organismo se modifique e molde a ti porque tem sabe quem és tu, e o que significas para mim ? Não tenho certezas, nem nunca as tive (infelizmente) mas é a única justificação para eu mesma tomar atitudes que não sei o que estou a fazer, que chore sem saber, que não coma.. Mas digo, e repito:
Porquê isto ? Porquê tu, outra vez ? Porquê explica-me !?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Seria ?

Já estive de partida para um lugar muito mais longínquo do sítio ao qual pertenço, que é junto a ti; já tentei esquecer as nossas juras e nada te disse ...
Por ti, precisei de me refugiar da minha cidade habitual e trocá-la pela quente e abrasadora serra de Monchique.
Num quarto que não era o meu, havia algo que não me deixava adormecer, algo estranhamente presente que me fazia olhar para o passado e recordar parte das memórias que estavam guardadas no meu telemóvel; ao despertar os sentimentos adormecidos, causados pela tua partida; senti como que por magia, um intenso e agradável aroma a perfume de rapaz... Fiquei estupefacta com o facto de estar a sentir aquele cheiro, mesmo não passando ninguém por aquele lado da serra e não estando ninguém no quarto que usasse colónia, perfume ou mesmo desodorizante, que tive que partilhar aquilo com quem estava a falar comigo ao telemóvel pois era um cheiro que me dizia alguma coisa mas que não sabia identificar, não sabia de onde vinha e muito menos sabia o seu propósito.
Tentei seguí-lo e deixar-me ir até onde este me levava e curiosamente, guiou-me até a janela que retornava caminho a casa, sempre para norte, e tenho a certeza que se o seguisse até ao fim não parava na minha localidade, iria levar-me sempre para norte até que me levaria até à terra onde resides, até ti...
Fui-me deitar, com esse aroma que ainda assim pairava no ar, gravado na minha mente tornando-se ainda mais indispensável do que o ar que respiramos...
Quando acordei na manhã seguinte, com o sol a romper as portadas da única janela do quarto, reparei que continuava com o telemóvel na mão, e que este estava aberto numa das mensagens que me mandaras anteriormente acabando com: " (...) só quero uma peça de roupa tua, quando cá vieres, para sentir o teu cheiro todos os dias ao acordar @ " - achei estranho, tão bizarro, quase inédito mesmo, mas seria um sinal ? seria mesmo o teu cheiro ?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

uma viagem

eu queria tanto poder provar a toda a gente que estava a ir num bom caminho, na ordenada certa para dizer que já te esquecera, queria provar a mim mesma que tinha conseguido ter a força que nunca tive para te esquecer, e pensei mesmo que estava a acontecer, mas mais uma vez, não consegui e fracassei.é incrível como apareces sempre tu, com aquilo que sempre me fez amar-te a evidenciar o porquê de não te conseguir esquecer, mas como é que sabes quais os momentos chave? como sabes que são os momentos mais inoportunos para aparecer, como sabes explica-me !?
a tua voz faz-me tremer, e eu conseguiria distingui-la até mesmo no meio duma das maiores multidões, a tua é especial, e o teu timbre é incomparável.
a tua voz é a única que ecoa no meu pensamento, a única que permanece, mesmo que não estejas lá, falando-me ...
como poderia eu, naquela altura, ficar sem te ouvir, tu pediste-me para falarmos durante toda a manhã para teres a minha voz no teu pensamento como se tratasse de um bem de primeira necessidade e para mim era, a tua voz alimentava a minha sede de te ter só para mim, de te prender a mim e nunca mais te deixar ir, de imortalizar os nossos momentos, e acredita que a tua voz não me saiu da cabeça, durante aqueles cinco dias sem ti...
andava pelas ruas de londres, que eram totalmente desconhecidas para mim, assim como o futuro é; imaginei que estar perdida naquele imenso lugar, era como me perder nos teus olhos, nos teus lindos e profundos olhos esverdeados; conseguia ver o horizonte mas não o conseguia alcançar, assim como quando me derreto ao olhar para ti; foi a pensar em nós que consegui regressar a westminster, para o meu quarto de hotel, foi associando as nossas coisas àquela cidade envolvente que consegui regressar, acredita que tu, mesmo de longe, ajudas-me, muito !
cheguei ainda a sentar-me no parque, encostada à árvore que servia para fazer sombra ao grande piquenique que tinham organizado para essa semana; mas eu não quis ligar às pessoas, eu só te queria a ti, o meu único desejo, só queria relembrar aquilo que tinha deixado em 'standby' quando embarquei naquele avião, após de te ter dito o maior e mais sentido "AMO-TE" que já alguma vez dissera, relembrei-me que nesse mesmo dia na chamada que me fizes-te eu disse que te amava, e guardo comigo a tua resposta, porque mais ninguém precisa de a saber apenas eu, apenas tu, apenas o nosso nós... juro-te que depois disso eu chorei, eu chorei por te ouvir, eu chorei por te ter, eu chorei por existires, mas um choro de felicidade, um choro diferente ao qual me corre agora, o pleno oposto...