sábado, 24 de julho de 2010

sinto algo por um desconhecido !


A típica manhã calorosa de verão, fazia o Sol romper as janelas do meu quarto, com os seus luminosos raios.
Adormeci e atrasei-me como já antes o fizera, mas talvez isso fosse um sinal precoce que o destino me estava a enviar, provavelmente estaria a querer dizer-me que esse mesmo dia se ia tornar único…
Recém chegada à praia, facilmente me deixei envolver pelo clima, pelo espaço, pelos cheiros e sabores daquela praia, que tu a baptizas-te por ser a praia das caravanas; depois fui dar uma volta ao longo do extenso areal da costa, que aconchegava as ondas do mar assim como uma mãe aconchega um filho. Durante esse passeio reparei no que me rodeava e nas pessoas por quem passava, incluindo aquelas que punham o seu fixo olhar posto em mim, porém nenhuma delas se destacava como sendo suficientemente especial e tinha assim perdido quase toda a minha expectativa para esse dia, até que surpreendentemente me avisaram de que havia alguém perto de nós. Perguntei por quem era e facilmente o descobri no meio da multidão, lá estava ele, lindo e maravilhoso, com o cabelo molhado cuidadosamente levantado pelo vento, como que quem faz uma carícia na cara duma terna criança; só depois de descobrir que era ele que iria ser o meu desejo desse dia e quem sabe de outros que se seguiriam, é que me explicaram o que se tinha passado, ele já tinha reparado antes e já me tinha comentado com quem o acompanhava.
Desde aquela troca de olhares que me cativaste, mantiveste-me prisioneira nesse teu mundo, que tu próprio crias-te assim que os teus olhos me encontraram...
A tua simplicidade fascinou-me, foste discreto ao mostrar o teu interesse, e talvez por isso me agradas-te tanto...
Nunca acreditei no amor à primeira vista, isso para mim era só nos romances fictícios, passados na Tv ou escritos nos livros de mulheres apaixonadas; mas enganei-me, trocaste-me as ideias assim que te vi, mudaste-me os objectivos e fizeste-me esquecer muita coisa que pensava ser inesquecível, mudaste-me de certa forma, e tocaste-me naquelas meras horas...
Conhecemo-nos mutuamente duma maneira muito estranha, de ti, soube o mais importante (que querias tanto como eu), porém não soube o mais básico, não soube o teu nome, a tua idade, onde moras, onde paras... NADA, rigorosamente nada, nem o teu numero tenho !
A química existente entre nós foi forte, muito forte mesmo, eu sentia-a à distância e ainda tive o comprovativo quando te vi mesmo ali ao meu lado, dentro de água, a uns 3 dedos de mim, sorrindo-me com aquele sorriso indescritível e doce, que não me sai da mente há 30 horas consecutivas.
Fiquei instantaneamente preocupada quando te vi a agarrar na tua mala de pôr às costas e na toalha azul turquesa que te acompanhava, dei um grito de desespero enorme 'nããããão !' disse eu... percebes-te muito bem que não queria que fosses, e quando chegaste perto de mim, agarrado ao teu viciante telemóvel, examinei-te muito bem como sempre estivera a fazer durante aquela empolgante manhã, olhei-te de cima a baixo e li nos teus lábios salgados, um pedido de desculpa por não poderes ficar mais tempo, seguido dum sorriso meio envergonhado, que é guardado por mim até hoje, na minha memória, como uma das mais belas imagens que esta possui.
Vi-te a caminhar, em direcção às dunas e ainda pensei em ir buscar algo ao carro que estava lá em cima, ou ir comprar algo totalmente desnecessário, apenas para o ter debaixo do meu campo de visão mais uns poucos segundo, mas não...
Fiquei cabisbaixa virada de costas para ti, não queria acreditar que aquilo estava a chegar ao fim, que ia acabar ali mesmo, naquele preciso momento e decidi olhar-te apenas mais uma vez e para surpresa minha vi-te a baixar um coração feito com as mãos, todavia já meio desmanchado por não o ter visto a tempo. Sorri com tamanha felicidade e o meu sorriso fez iluminar o teu olhar, que se alegrou rapidamente. As tuas companhias troçavam de ti, por estares assim daquela forma, sem jeito, envergonhado, apaixonado quem sabe; mas não fizes-te muito caso do que diziam e aquela despedida tornou-se longa, até porque não querias ir, acabas-te por levar bastantes calduços com o intuito de te apressar até que acabas-te por ceder ao fim de alguns, acenaste-me e eu retribui, parecia que toda a praia se tinha imobilizado só para nos verem, jogas-te a tua mão esquerda à cabeça, talvez porque estivesses contente, não sei... Mas acabas-te mesmo por ir levando contigo parte do meu coração, era como que acordar de manhã, novamente atrasada, e que nada daquilo era realidade, que não passava apenas de um sonho, porém foi bem verdade, eu vivi, presenciei, e senti aquele momento
Mal te conheço, mas não te esqueço, é estranho, bizarro até, mas sinto algo por um desconhecido!

4 comentários:

  1. Esses momentos são por vezes os mais importantes e mais inesqueciveis. Gostar de alguém não significa saber a sua cor preferida, o nome, a idade, o importante é falar, partilhar momentos, rir :)

    PS: A parte do numero de telem´vel lixa-nos sempre. Depois quando te vais embora só apetece gritar de raiva: PORQUE NÃO LHE PEDI? AGORA NUNCA MAIS O VEJO.

    Mas será sempre um momento importante para ti :D

    Beijinho

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  2. É sempre assim lol. Para a próxima nada de vergonha (quando estiveres nalgum caso semelhante), não perdes nada em meter conversa. :p

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  3. A Clau tem razão :) quem sabe se ele será o tel' Poderá ser. Luta e procura por ele. o amor é o poder com mais força.

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