segunda-feira, 12 de setembro de 2011

I'm not always strong but we've must go on !

Lembro-me de estar a chover torrrencialmente gotas tao grandes e tao pesadas que carregavam consigo um sentimento tao melancolico, algo de novo para anuciar, eram gotas parecidas a um choro num terrivel pranto. Estava a fazer tanto vento nesse dia que esse mesmo vento fazia fechar portas com grandes estrondos e talvez a tua porta na minha vida, fazia estilhaçar vidros no chao tao bruscamente e com tanta força como quem parte coraçoes (em pequeninos pedaços, dificeis de remontar).
Desci as escadas do meu predio a correr, como se estivesse algo ou ate mesmo alguem a minha espera, no bolso do meu casaco trazia apenas as chaves de casa, na minha mao a corrente que mantinha presa a mim a mais fiel das companhias, a minha eterna confidente, a minha cadela e na minha cabeça so ele tratava de se ocupar de todos os meus pensamentos. Abri a porta confiante de ver algo 'sobrenatural' mas em vez de ver, senti.
Sim senti, sempre ouvi dizer que o essencial e invisivel aos olhos. Ja alguma vez louvaram a Deus por poder sentir aquele cheiro caracteristico de terra molhada, sentir a chuva a tocar-nos directamente na pele, na cara, como se fosse uma meiga festa de reconforto maternal ou ate mesmo caminhar descalça(o) no chao, que toda a gente ignora, o chao onde muitos cospem? Deem-se por satisfeitos, completos ate, por poderem ter nascido com essa caracteristica, com esse dom, o das sensaçoes. E como se nao bastasse serem dotados dele, ainda podem ver tudo diante dos vossos olhos, mesmo que nao seja preciso.
Basicamente foi isso que me aconteceu, senti alguem a tapar-me os olhos e a levar-me para um alpendre onde nos resguardamos da chuva. Ja tinhas dito anteriormente que te importavas muito com o meu bem estar e que ficar alguns dias sem me ver iria ser como uma possivel 'doença' para ti, que decidiste jogar pelo seguro e ficarmos aconchegados. Eu estava a tremer, a bater os dentes e literalmente com os labios arroxeados e toda eu com pele de galinha que foi entao que me mostraste uma das tuas facetas mais encantadoras e tiraste a camisola, a unica camisola que tinhas sob o tronco. Vestiste-ma, deste-me as maos para que aquecessem e voltassem a sua cor natural e disseste-me algo que nunca me irei esquecer: 'Estou aqui, a chuva, assim, voltei para tras, sai de casa para estar contigo. Nunca mais voltes a dizer dessa tua boca que nao gosto de ti.'
Perante isso apenas baixei a cabeça, fiquei sem qualquer tipo de resposta, larguei as tuas maos e joguei-as a cabeça, confudiste-me, alias como conseguias fazer sempre que tocavamos nalgum assunto mais delicado para mim.
Pedi-te entao para te ires embora de forma delicada, deixando combinado um novo encontro para o dia seguinte e assim ficou.
No dia que se sucedeu, depois das aulas, fechamo-nos dentro destas quatro paredes, neste exacto lugar onde me encontro aqui e agora a escrever (ou simplesmente a limitar-me a recordar) e nele ja faziamos planos futuros, juras e promessas, confidencias e partilhavamos inseguranças. Deitados um ao lado do outro a perguntar como seria dali para a frente, de como iria ser nas ferias de verao em que mal nos iriamos ver, diziamos ate que nao iamos aguentar estar separados tanto tempo, tao longe... Mas agora pergunto-me. Para que tanta preocupaçao, porque e que nos preocupamos tanto?
Olha tao fortes que somos, nao so aguentamos estar longe um do outro como nem sequer falamos, dito assim ate parece coisa pouca e para ti ate deve de ter sido tao facil quanto isso, mas muito honestamente, os meus mais sinceros parabens, conseguiste ser esperto o suficiente para nao te apaixonares e nao sofreres. Parabens pela tua inteligencia.

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